Alguém me avisou que era perigoso ficar à espreita, observando cada movimento a ponto de prever o próximo. Porque é mentira, não se o pode prever: a surpresa vem quase sempre, para bem ou para mal.
Ouvi o ruído de um sininho de bicicleta, uma bossa-nova se aproximando às pedaladas, cabelos ao vento, suor na testa, sorriso leve estampado no semblante, como se o corpo todo esboçasse uma alegria despreocupada. E eu na esquina, de olhos brilhantes, as velas infladas, a carranca na proa de um navio, uma carranca que carregava um ramalhete de flores e ia abrindo um caminho cheiroso pelo mar.
O carro que vinha não viu a nenhum de nós: escoriações, flores escangalhadas, uma roda entortada. Mas mesmo assim nos tínhamos nos braços.
Um comentário:
a moça da palavra culta... outro dia vi teu chamado no msn, mas você não estava mais. eu estou viva, sim. e tu? beijo grande.
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