domingo, agosto 24, 2008

Vivement Dimanche

Disse uma amiga querida, esses dias, que não há possibilidade de que tenhamos um dia ruim depois de um café tomado no terraço, com temperatura amena e a perspectiva de fazermos nosso trabalho do jeito como o queremos.
Estou de pleno acordo, mas acrescento que a vida soa gostosa também nos domingos em que a chuva intensamente precipitada dá lugar a um sol morno, a um céu azul claro, com poças d'água recentes nas ruas, e o parque começando a ver brotar gente das casas, a povoar o dia.
E deixam de ser feios os rapazes fardados do colégio militar, os grunges tardios em suas rodas de violão ao som de Nirvana e regados a vinho barato, os emos naïfs e andróginos exibindo sua esquisitice juvenil antes que ela acabe; e se tornam mais belas ainda as crianças pequenas, os pais e mães esperançosos; os velhos, mais serenos.
Até o amor a gente o aceita por fugidio que seja, dançando nas lembranças, mutante pelo tempo e incerto o quanto o possa ser, a gente o aceita pela franqueza que ele faz brotar, alimentando-se da luz do sol de um domingo tranqüilo.

Um comentário:

Joelma Terto disse...

Assim, desse jeito, tu nos estraga. Soa melhor e mais gostosa a vida quando leio os textos teus.
:*