Disse uma amiga querida, esses dias, que não há possibilidade de que tenhamos um dia ruim depois de um café tomado no terraço, com temperatura amena e a perspectiva de fazermos nosso trabalho do jeito como o queremos.
Estou de pleno acordo, mas acrescento que a vida soa gostosa também nos domingos em que a chuva intensamente precipitada dá lugar a um sol morno, a um céu azul claro, com poças d'água recentes nas ruas, e o parque começando a ver brotar gente das casas, a povoar o dia.
E deixam de ser feios os rapazes fardados do colégio militar, os grunges tardios em suas rodas de violão ao som de Nirvana e regados a vinho barato, os emos naïfs e andróginos exibindo sua esquisitice juvenil antes que ela acabe; e se tornam mais belas ainda as crianças pequenas, os pais e mães esperançosos; os velhos, mais serenos.
Até o amor a gente o aceita por fugidio que seja, dançando nas lembranças, mutante pelo tempo e incerto o quanto o possa ser, a gente o aceita pela franqueza que ele faz brotar, alimentando-se da luz do sol de um domingo tranqüilo.
Um comentário:
Assim, desse jeito, tu nos estraga. Soa melhor e mais gostosa a vida quando leio os textos teus.
:*
Postar um comentário