domingo, maio 03, 2009

Belle comme un mensonge

Estou encilhada por ramos de manjericão embrenhados nos meus cabelos, me inebriando de um cheiro escandaloso de promessas gustativas. O cheiro é que me guia e me mantém de rédea curta à mercê da sensação.
Sou escrava do prazer que não vem, da lembrança que não vai. Angústia enterrada, semente de crise e o que há de nascer é outra coisa. Outra pessoa, até, encarnada em mim. Mas será a verdade inaudita uma mentira muda? Será que a semente da verdade enterrada não é uma vida mentirosa ou, pior, omissa, vendada, amordaçada?
Vou encilhada de manjericão e sálvia e o sabor das minhas mãos só me dá a certeza de quem me guia sou eu mesma.

2 comentários:

isabel alix disse...

Molher, que absurdo.

Umidifiquei.

Juva Batella disse...

Lívia, este post aqui me deixou com cara de bobo e água na boca. O posto de cima, sobre a cidade imaginada, me deixou com o coração quente. Como já te disse, escreves pra chuchu. Beijos, Juva