Eu lembro do meu primeiro amô platônico, o Rolando Júnior. Sim, Rolando Júnior tinha 19 anos (eu tinha 13 e nessa altura já tinha brincado de médico com TODOS os meus primos), parecia o Brad Pitt e era muito gente boa. Claro, apaixonei. Ele fazia ssssshiatro, e gostava de Led Zeppelin, Pink Floyd e adjacências, tendo me emprestado vários discos, fitas e congêneres. Inclusive a música que tocava quando eu o vi pela primeira vez, numa loja de motocicletas, era "Stairway to Heaven", mas na versão Dread Zeppelin, que transformava todos os sons da banda de Robert Plant em reggae.
Enfim, a dona da loja de motos, minha amiga, morava no mesmo prédio que ele e prometeu ajudar na minha empreitada amorosa, de modo que um dia fui ao prédio deles, um domingo, pra um almoço de páscoa ou coisa assim. E a gente estava subindo o elevador, quando ela me disse: "olha, eu não quero ser estraga-prazeres, mas ele tem namorada". E eu, de batão vermelho e uma blusa breguérrima (vocês vão vendo, se eu não tenho o costume de usar batão vermelho nem hoje em dia, imagina como eu não fiquei em 1991), fiz uma certa cara de decepção, como se dissesse "contra os desígnios divinos a gente não pode lutar".
Ao entrar no apartamento, conheci a Sílvia, que era mais velha que o Rolando, linda, descolada, fazia sssssshiatro também e era muito gente boa. Daí que fiquei amiga dos dois, uns fofos. Eles casaram, tiveram filho, separaram, são amigos até hoje e faz muitos anos que eu não vejo a ambos.
Daí que depois dos 30 anos, amor platônico é uma coisa que não cabe. Mas acontece, principalmente porque já terá acontecido pelo menos uma vez na vida.
Enfim, a dona da loja de motos, minha amiga, morava no mesmo prédio que ele e prometeu ajudar na minha empreitada amorosa, de modo que um dia fui ao prédio deles, um domingo, pra um almoço de páscoa ou coisa assim. E a gente estava subindo o elevador, quando ela me disse: "olha, eu não quero ser estraga-prazeres, mas ele tem namorada". E eu, de batão vermelho e uma blusa breguérrima (vocês vão vendo, se eu não tenho o costume de usar batão vermelho nem hoje em dia, imagina como eu não fiquei em 1991), fiz uma certa cara de decepção, como se dissesse "contra os desígnios divinos a gente não pode lutar".
Ao entrar no apartamento, conheci a Sílvia, que era mais velha que o Rolando, linda, descolada, fazia sssssshiatro também e era muito gente boa. Daí que fiquei amiga dos dois, uns fofos. Eles casaram, tiveram filho, separaram, são amigos até hoje e faz muitos anos que eu não vejo a ambos.
Daí que depois dos 30 anos, amor platônico é uma coisa que não cabe. Mas acontece, principalmente porque já terá acontecido pelo menos uma vez na vida.
5 comentários:
Sim, infelizmente devo concordar. Apesar de não caber, creio que acontece em qualquer idade, pois apaixonar-se é inevitável...
Essa estória de Rolando Júnior é melhor que qualquer dreamlog! com requintes de bizarrice, especiamente TODA essa parte da loja de motocicletas com fundo musical do LED em versão REGGAE (sim, eu lembro de ter existido o DREAD Zeppelin, por deus do céu, a infâmia não tem limites). Mas o que eu queria mesmo dizer é que, como uma especialista em amores platônicos (e eu até gosto deles, antes de ser amor REAL, vivi longos 4 meses de platônico amor com 77 já te contei? lembrei disso agora, mas o gostoso da coisa é que teve final feliz. ou não teve final ainda. céos, como estou dispersiva hoj. onde estávamos mesmo? então:)
Não cabe, mas acontece. Acontece.
Ah, sim: "contra os desígnios divinos a gente não pode lutar". Uma coisa TÃO AMÉLIE! TÃO AMÉLIE!
djá disse que te adouro hoj Livs? djá djá?
des batão ou sem batão.
Zzzzentz, é por isso que você é uma das grandes escritoras do nosso tempo. Olhassó o que é isso. Vale-lhe um lívri bem facico na Fêra do Lívri.
Bah, batão vermelho, 1991... eita... amores platônicos sempre existem. Eu deixei eles todos lá por 1993.
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