sábado, janeiro 26, 2008

Delícias da cozinha #1

Não sei quem, dentre os aficionados por comidinhas, está acompanhando com atenção os fascículos da coleção A Grande Cozinha, da editora Abril (na verdade, eu vi em duas casas diferentes de amigas). Eu não estou comprando todos os números, mas tenho de dizer que estou me sentindo minha própria mãe, quando nos anos 70, comprava e encadernava coleções como "Bom Apetite", "Nossas Crianças", "Enciclopédia do Estudante", "Geo", "Os Bichos" e outras que abarrotavam as estantes e enchiam de conhecimento as minhas vazias tardes infantis (aos nascidos em 1987: não, naquela época ninguém sentia nem o cheiro de uma coisa como o Google).
Enfim, o número sobre a Cozinha Mediterrânea está muito bom. E, porque desejo partilhar do prazer de aprender sobre iguarias em conserva, compilo a receita das minialcachofras ao azeite*.
Ingredientes (para 4 a 6 pessoas):
-1 kg de minialcachofras (todas do mesmo tamanho)
-suco de um limão coado
-100ml de vinagre de vinho branco
-500ml de vinho branco seco
-azeite de oliva extravirgem
-sal
Preparo:
Limpe as alcachofras, retirando as folhas externas mais duras e as folhas com espinhos, elimine os eventuais fiapos do interior e mergulhe-as pouco a pouco em água com o suco de limão para que não escureçam.
Numa panela, ferva o vinagre com o vinho branco e uma pitada de sal. Mergulhe as alcachofras inteiras deixe que cozinhem por 10 minutos. Escorra, disponha-as sobre um pano e deixe secar por 12 horas. Depois desse tempo, vire-as e deixe que sequem por mais 6 horas.
Ponha as minialcachofras em vidros pequenos, complete com azeite e feche-os hermeticamente. Esterilize os recipientes por 45 a 100° C. Antes de consumir, deixe as alcachofras repousarem em azeite por pelo menos 1 mês em local fresco e escuro.
*O uso de alcachofras na gastronomia tem uma origem muito antiga. Plínio, o Velho, e o historiador Columella recordam o uso de alguns tipos de alcachofra na cozinha romana, denominadas com a palavra latina cynara. Apício, em seu tratado De re coquinaria, fala, além disso, dos corações de cynara, que os romanos degustavam cozidos em água ou vinho.

3 comentários:

Ana Roberta disse...

adorei a observação destinada ao povo pós-1985. :)
ah! sim... e adorei a receita. vai pra minha estante virtual.
smacks.

Matias disse...

Sua letra miúda explica o significado daquela bebida amarga que me intrigava no boteco em que ia comprar pão. Além disso... bem, o trocadilho foi seu ;)

RM disse...

agora só falta arrumar alcachofra "decente" no Brasil... hehehe :-p