sábado, outubro 27, 2007

Triste fim de Policarpa Joaninha

- Olha, cê tem que prestar atenção numa coisa - disse M., com sua sapiência materna.
- Ahn, no quê, mãe?
- Quando a gente tira a roupa do varal, tem que ver se não tem nenhum bichinho. Agora mesmo tinha um andando na roupa, e eu matei.
- Ah é, e o que era?
- Ah, uma baratinha ou coisa assim...
Olhei em volta procurando o inseto e vi pontinhos coloridos no chão.
- Yo, mãe, cê matou uma joaninha, tadinha.
- Não, não era não! Devia ser um besouro qualquer!
- Não, ó. Era uma joaninha sim - e, com um pregador de roupa, recolhi o ex-bichinho para mostrar a ela.

Subitamente arrependida, M. não quis ver a joaninha morta quando eu aproximei dela o pregador de roupa. O diabinho que mora em mim resolveu agir:
- Olha, pobrezinha da joaninha, coitada. Tu mataste a pobrezinha e ela nem tinha culpa de nada.
- Não...
- Matou sim, a pobre da joaninha. Se fosse uma barata nojenta, tu nem ligavas...
- Nãão...

E, morta de pena, M. começou a choramingar pela culpa da joaninha morta. Ela gosta muito de bichinhos.

3 comentários:

Cinara disse...

Exercitando o sadismo? Pobre mãe a Dona M. :)
Beijinhos

Bela Figueiredo disse...

assassina a mãe e sádica a filha. que família, hein? ;)

Anônimo disse...

bem coisa de filha mesmo