sexta-feira, maio 04, 2007

FRÓIDE EXPRICA

Você trabalha em um lugar cheio de gente doida. É fato.
Daí, de repente, no meio de uma tarde de sexta-feira, vem a questão: se uma pessoa perde a memória e esquece tudo, desde quem são seus parentes até ler, caminhar, fazer contas, e tem de reaprender tudo, será que o inconsciente também se vai pelo ralo do esquecimento? Se sim, será que todos os traumas da infância, que nos enchem de bloqueios no presente, também somem?

Perguntei à analista e ela disse que não, o inconsciente continua.

Daí a eu concluir que, se eu pudesse desenhar a mente humana em um círculo, o consciente não seria uma película exterior a recobrir o inconsciente. Seria o contrário.

Ou então, o inconsciente tem vários ganchos que o ligam ao consciente e, blup!, qualquer convulsão, golpe, contração, susto, poderiam fazer com que esses ganchos puxassem a fina pele do consciente e o fariam sumir no mar dos nossos segredos, e nada mais seríamos que nós mesmos.

Bonito, né? Sim, mas é viagem.

6 comentários:

Anônimo disse...

bonito de ver, difícil de acontecer... mas... ah! como seria bom! :)

Anônimo disse...

Com tudo isso, acho que me perdi entre o meu consciente e o inconsciente, e não sei nem o que dizer. Mas gostei.

Amplexos

Joelma Terto disse...

Bonito? Eu recomecei a ler umas três vezes. e ainda estou tentando entender, bem.
Definitivamente, sol demais na cabeça faz mal aos miolos.
(Tô vortando)

Anônimo disse...

Lacan fala sobre a outra cena, a cena do inconsciente - um capítulo censurado -, da qual percebemos apenas os efeitos (ou somos esses efeitos?). Seria isso, essa sensação de alienação que sentimos quando estamos num lugar,trabalhando, com pessoas que não tem nada a ver conosco? O que você acha? Marcadores: Nazismo, relações insturmentalizadas, memória,esquecimento.

Anônimo disse...

Seria o inconsciente uma manifestação do Id?
Meu Id andou fugindo da coleira esses dias. Meu Id é um selvagem. Melhor manter acorrentado.

A propósito: Tá difícil comentar aqui. Comento, comento e ele não salva.

Anônimo disse...

Bonito sim. E Truffaut com seu cigarrinho, toda uma boniteza muito delicada. Adorei o lance de você trocar "os franceses".
Bisous, querida.