terça-feira, agosto 16, 2005

Status: married (ou pura e simplesmente: 'Réiva')

A raiva, como toda emoção que tem seus picos de intensidade, vai perdendo sua força, ao longo do tempo, como uma areia que se escapa por entre os dedos. Como a paixão, de quem parece ser irmã, não dura a vida inteira. Mas às vezes ela acomete ao infeliz como a recaída de uma doença. Então a vontade é de abrir a janela e ver o dia lá fora, iluminado de sol e de sons. Em seguida, abrir a gaveta, pegar um par de meias limpas e calçá-las nos pés recém-lavados (se possível, ainda no início da manhã). Pegar o par de botas favorito, calçá-las e arrumar os cadarços com toda minúcia e atá-los bem. É preciso sair de casa em jejum, quando muito com uma xícara de café preto sem açúcar corroendo o estômago frágil. E, finalmente, ao sair de casa, pisar em todas as lindas margaridas de todos os lindos jardins num raio de um quilômetro. Pisar nelas tal qual se faria na pele macia do ser que se amou - e agora se odeia.

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