sábado, março 19, 2005

Com tanta música, tanta imagem, uma trama tão intrincada, parece que as fibras dos meus dias estão sendo forçadas ao máximo, a ponto de romper (ainda mais quando Jimi Hendrix põe fogo na guitarra). Eu as tenho, estão lá, mas às vezes chego no fim do dia e choro como se não houvesse amanhã. Parece, nessas horas, que simplesmente ter um dia de 24 horas deveria ter menos, porque eu não dou conta, porque gostaria de não precisar dar conta.
Já cheguei a pensar que era bipolar, mas não: parece é que o meu destino que sofre de transtorno maníaco-depressivo. Porque é sempre assim (e obviamente não deve ser só comigo): ou tudo é um marasmo sempre igual e me deixo levar nessa deriva de tudo, nessa espreita que nunca tem desfecho, ou então as coisas se sucedem num tudo-ao-mesmo-tempo-agora que me faz tremer nas bases e achar que não vou dar conta.
Demissão-frila 1-frila 2-mudança-saudade-despedidas-pepinos-amiga mortalmente deprimida. E, mesmo assim, não dá pra querer que seja diferente. Afora o fato de estar preocupadíssima com a amiga, que eu já perdi uma há menos de seis meses, não troco a minha roda-viva-metamorfose-ambulante pela inatribulação geral que me leva junto para todos os fundos de poço.

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