sábado, novembro 13, 2004

Um acordeon, não daqueles de tango, mas um daqueles de fado, enche o meu ambiente de sala, cozinha, área de serviço inundada (o ralo intransponível entupiu de novo), vento frio curitibano entrando pela janela, sábado claro iluminando as profundezas escuras (não escuras, mas escurecidas, como se fechasse apenas uma cortina) do meu íntimo quase à superfície. Ou seja, nem tão escuro que sejam só trevas, nem tão profundo que deixe de ser superficial.
Passei o início da noite de ontem pensando em como certas insanidades podem estar entranhadas em mim. Tão entranhadas que é como se fossem hábitos reflexos. Às vezes eu me sinto um cão que saliva ao som de uma sineta.

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