quarta-feira, abril 07, 2004

"Só agora pude ler com mais clareza o que vc escreveu... e é verdade "Ninguém pode existir mais do que alguém que está com a parte fisicamente cotidiana de nós". Assim, muitas pessoas não passam de sombras. Sombras mal acabadas do q querem ser. Sombras de alguma coisa q nunca existiu e que talvez - par hazard - nem venham a existir. O que fazer? Beber caipirinha até ficar tonta, sentar-se e debulhar palavras sem sentido para um monte de almas vagantes... Não, esse não e o fim. Não o meu."

O comentário acima foi interessante. Mesmo. Só que concordo com ele por outro ponto de vista. Não acho que essas sombras sejam versões mal-acabadas do que queremos ser. As pessoas se constróem e reconstróem o tempo todo. Ainda que elas fiquem sem acabamento, essa é sua natureza e isso permite uma busca constante e ai de quem acha que está acabado e que já cumpriu tudo, pelo menos antes do tempo do fim (que a gente aliás nunca sabe quando vem). Nós não passamos de sombras é para as pessoas que não nos conhecem e que não nos apreendem... sombras mal acabadas do que querem que sejamos, feita de expectativas, impressões, anseios. Existe aquela história de que o que amamos no outro não é o outro e sim a imagem que fazemos deste, pois então... na minha sombra, aquela que só eu conheço, está a impressão silenciosa de uma existência que sempre se renova de elementos, e que bom.

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