segunda-feira, abril 12, 2004

"Fale alto, mesmo grite, não se importe..." Lembro quando há uns 3 anos esse verso fazia sentido pra mim e me senti novamente assim, ontem. Droga, droga, droga. Sorvete com calda quente, como é? É isso mesmo? Fiquei sonhando o resto do dia com a véspera. Fiquei pensando em tantos "comos" e me reprovando por tal. Caminhei pelo calçamento com minha mãe ao lado, entrei na Igreja do Largo, senti-me mal naquela missa que para mim é desprovida de qualquer coisa que me toque e me fui... tentava me distrair em todas as barraquinhas, olhando bijuterias, panos de prato pintados, porta retratos de pedra porosa (ou mais chiquemente, "concreto celular", bah), xales de tear manual, CDs piratas e originais, livros de segunda mão, sentindo o cheiro de bolinhos de bacalhau, acarajés, pierogis, doces... sentia o peso das nuvens cinzas que nublavam o dia, e era como se nada existisse e eu só estivesse virada para dentro, imersa nas minhas fantasias e vivenciando fatos ilusórios que mesmo assim são arrebatadoramente ricos. Tive um cochilo pesado à tarde que mais uma vez me prendeu aos sonhos com tentáculos desesperadores, e não me deixava, simples e literalmente, acordar.
Eu e minhas ilusões... eu e meus suspiros mornos. Eu e minha boca sedenta.

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