domingo, março 28, 2004

Ante o grande ciclone a ameaçar os singelos manezinhos, o céu noturno/matutino de Curitiba segue limpo e com estrelas pequeninas que brilham só perceptíveis para quem as olha.
Bêbado escreve assim, cheio de sono e tonteira, cheio de inspiração e prenúncio de ressaca, cheiro de cigarro e sorrisos retardados, como o meu.
Volto da balada cheia de reminiscências, das amigas de Santos que aqui estão, do chorinho e de tudo dançado e sambado e cantado no Aoca com o trio Quintina, que não o é pros outros, mas que pra mim é coisa nova e boa. Que bêbada eu sei sambar, dispensar bêbados e paquerando sóbrios. Que com as velhas amigas dá pra relembrar coisas velhas e reviver coisas novas, posar de vesga para as fotos e no acaso ficar bonita em outras. Que bêbada dá pra sentir a pele arrepiar ouvindo "Arrastão" e "Berimbau", que dá pra dá pra mandar torpedo e dançar com o moço bonito de camiseta branca, que antes disso jazia triste no mezanino com tantos copos seguidos de cerveja e quando se decide a dançar, é um tremendo cavalheiro. Que bêbada dá pra ser voyeur e ver os casais se beijando voluptuosos, no mesmo ritmo do saxofone, e se balançando juntos quando a banda se supera e injeta delírio nos olhos e nos ossos do público...
Bêbada também, que mal se lembra do que teve vontade de fazer antes, das horas que conversou, do mundo lá fora... o mundo cá dentro da noite que eu merecia hoje.

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