terça-feira, outubro 07, 2003

Auto-descobertas.
Brevidade.
Amizade.
Saudade.
E se rima não é de propósito.
Acordes dissonantes me fazem
chorar,
pensar,
lembrar.
Você me faz. Me apraz.
Mas não mais me satisfaz.
Agora sim eu quis rimar.

E lágrimas ao fim de um breve telefonema. Nem mais luto, já que é em vão, por que pensem que eu não sou assim tão melancólica. Sou menos do que pareço a quem lê e mais do que pareço a quem vê. Às vezes creio enxergar nos olhos das pessoas, que elas estão percebendo aquilo. Nesse sábado perceberam. Será uma aura? Vou fiando os anos sem chegar à conclusão de que sou diferente do que sinto. Nasci com esse spleen.
Até em dreamlogs, há o spleen, na desconfortável sensação de ser um bicho acuado. Spleen quando acordo, e algumas vezes um que me espera no tecido suave da fronha.

(.intervalo confuso: quero que eu seja tomada e levada por cada braço, cada mão macia. Quero subverter cada instante do meu cristianismo e trocá-los por essa iniciação profanadora do meu pudor. Quero perversão em forma e conteúdo, um alfômega de sentidos, uma entrega polilateral e que tudo se arremate com suavidade. Nem que só na minha... imaginação?)

Tudo isso, pelo menos até quarta-feira. Cachoeiras de Ubatuba, lavem-me e levem-me à estaca zero da dor!

Spleen: na sua forma aportuguesada esplim, encontrada no dicionário do MEC, "tédio de tudo". No Dictionnaire Universel de Poche, Ed. Hachette, "ennui que ne rien ne paraît justifier, mélancolie".

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