Estranho é tudo. Ao escrever aqui, não tenho certeza de mais nada nesse mundo. Vou jogando palavras a esmo como pedrinhas num lago que estende ondas eternas pela água... escrevo, mas será que é eterno? Minha incerteza sobre tudo parece sê-lo.
Tudo aqui anda tão branco, tão limpo, mas é vazio. É vácuo. É um espaço a ser preenchido com qualquer construção que só guarda a solidez de metáforas duras, rijas, concretas em imagem mas frágeis em sua sustentação. E é isso: só vou seguindo um impulso que em horas como essa julgo sem sentido. Vazio, como meu estômago em certas horas. Vazio, como o que sobra no ar depois dos seus guinchos lamuriosos e revoltados.
A minha vontade é de nada, mas não consigo atingir essa sensação de perfeição. Sempre sobra um zumbido qualquer.
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