quinta-feira, julho 24, 2003

Yann Tiersen e suas musiquinhas de realejo fazendo dançar as bailarinazinhas da porção louca da minha cabeça. Profusão de acordeões, vielles, pianinhos Hering, reco-recos e um ar de Carrossel e portanto não há quem não se imagine sentado à mesa de um bistrô, diante de um café-crème servido por ninguém menos que Amélie Poulain.
Meio apática. Falei aqui de choros praticamente fluviais e hoje dei de cara com aqueles dois "oceanos não-pacíficos" (disse Manuel Bandeira a respeito dos olhos de Maysa Matarazzo). Cumprimentei, respirei fundo, bati a poeira, pronto. Deu até pra lembrar de uns versinhos da nossa banda preferida...

"I won't remember the dress I wore.
I won't remember champagne.
I won't remember the things that we swore.
I will just love you in vain."


Fim do post. Café del Mar - Aria. Digníssima no saltinho da minha mule.

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Sabe aquele comercial vééééélho do Vick Vaporub em que o Lucas Silva e Silva reclamava que estava com o peito congestionado? Também eu estou com o peito congestionado. Eu páro e respiro e o ar que preenche meus pulmões é cheio de lembranças. Na verdade nem são lembranças e sim um ar mais denso que se avoluma à minha volta e que nem é nada à minha volta além de mim. O que, apesar de tanta melancolia, de tanto spleen (vide Baudelaire, Rimbaud, Proust e seus contemporâneos, além de Dellibar na sua extemporaneidade) eu consigo pensar, é no título do post hilaricíssimo d'O Meu Pipi: EU QUERO QUE A RAPOSA SE FODA!

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Momento "periquita em chamas", num poema meu de 2000:

Je veux tes lèvres flous
Contre ma peau
Je veux ton souffle chaud
Contre ma chair
Sous la nuit noire
Comme un éclair
Et pour apaiser mon feu
Sans perdre d'opportunité
Ni de lieu
Plonger tout mon corps ardent
Dans la mer.

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