O que temos de esperar para experimentar as benesses de uma frente fria? Presumo, um dia insuportável de ventos abafados, portas batendo, água quente, tudo quase mais quente que todo o nosso verão. Espero que o que segue seja compensador. Aí, pra me deixar deprimida, o rádio toca "Vento no Litoral", e a Eldorado está fora do ar.
E, horas depois, o Billy Bob Thornton canta "Angelina"...
Vou postar coisas que escrevi num papel, bem na hora em que estava lendo matérias sobre Hemingway, mesmo sem nada ter a ver com o assunto:
Queria só sonhar. Só viver de divagação. Poder ser literalmente um vegetal, cuja alimentação fosse a luz do dia, e que pensasse e se conformasse com o não-agir: um ser pensante e não agente. Uma idéia verde que exalasse o cheiro das manhãs.
Olho para minhas pernas brancas, minha moderna e não mais negada celulite...
Meus cabelos precisando de tintura, minhas roupas desbotadas, e constato que tudo o que penso usa um casaco bem cortado por cima de um vestido preto discreto e eu calço meias quentes e botas de cano longo, esteja no estado em que estiver, triste ou melancolimente alegre, impossibilitada apenas de sentir uma euforia estival, pois no meu interior é sempre inverno.
E eu fiquei tão feliz por essa pequena chocólatra ter gostado da minha carta e do meu postal, que acabei sonhando com ela. E no sonho ela era alta demais, puxa.
Termino o post com "Linger" dos Cranberries.
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