sexta-feira, maio 23, 2003

Tudo permanece tão brumoso quanto ensolarado.
Estou aproveitando, aliás, os últimos dias de calor antes de o inverno começar. Mas não consigo ser sempre intimista, ou será que só consigo ser intimista? Tanta coisa que eu sinto que é de se admirar que tudo isso venha de dentro de mim. Que estranho. E no entanto, mágico, coisa que me faz enxergar-me (aliás, ao ser humano) como uma fonte inestanque de emoção, de loucura, de possibilidades. Será que isso é ruim, será que mais vale a pena ser o nosso quase gêmeo chimpanzé? Bom, às vezes somos...rs.
Não posso negar mais que sinto uma saudade entontecedora dele, apesar de toda a mágoa e intriga. Inegável que apesar de tudo isso, havia uma parte dele que era parte de mim, e nem sei ao menos se posso me servir do pretérito imperfeito. Há ainda um pedaço dele aqui, eu sei, só não sei quanto a mim, o que ele pensa ou sente, mas em sua ignorância deve me detestar, deve ter delírios em que me joga aos leões, enquanto aqui do meu lado e sob o testemunho de meus botões, sonho que estamos na sala conversando, e que me conta novidades, me apresenta uma provável namorada, tudo bem, tudo tão bem que nem dá a impressão de que as pessoas se amesquinham e se maculam de mentiras. Sinto saudade, e nunca nego pois quem sou eu pra negar minha humanidade? Ao menos nos sonhos, somos os amigos de desde sempre.

Ai, ai. Expectativa. Espero que tudo dê certo, e dará, dará sim.
Estranho isso. Não estar triste. Estranho eu não estar em estado de decomposição emocional, já morta, apática, em frangalhos.

Expectativa, sim. E a matemática só entra na minha vida em momentos de desespero. Passei parte da tarde fazendo contas. Agora só quero dormir e um pouco de silêncio.

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