terça-feira, maio 13, 2003

Certas coisas me acometem de tempos em tempos. Mais do que doenças, lembranças sobretudo. Como não há maneira de revivê-las, escrevo. Escrevo secretamente, misturando fatos, costurando retalhos, dando outros desfechos, piores ou melhores, mas principalmente, escrevendo para procurar entender o que foi tudo aquilo que se passou, em mim e por mim, sem que eu pudesse evitar ou controlar. Não são só as profundezas da minha mente que emergem sozinhas... também fotos perdidas nas gavetas em que porventura procuro algum papel esquecido, bilhetes em que pelas suas poucas linhas eu teria dado tudo, fosse no tempo certo e devido, algum cheiro que me atinge e me torna igualmente volátil... ou então um sonho, que é a forma mais palpável de retomar fragmentos que por sua vez já se fragmentaram...
Mas a saudade é como aquela panela daquela sopa que nunca acaba. Você a coloca no fogo, e pronto. Quanto mais sentida, mais tida... e...
Só posso escrever, Deus meu. Só escrever.



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