terça-feira, abril 24, 2018

O feitiço



A gente volta para a mídia blog que é para não ter mais o imperativo de escrever textão, né?

A gente volta para a mídia blog que é para tampouco ter o imperativo de resumir as coisas todas em 140 caracteres, ou uma lambuja de 140 toques adicionais.

Volta, como a uma casa antiga, mas, nas entrelinhas do abandono, descobre que a infecção chegou aqui também, que há vermes que rastejam por entre as frestas, catalogando, algoritmando o mínimo traço de vida, e que há algo não humano, ou só emulando humanidade, que roubou o recheio de nossa casca.

Escolhemos nos entocar e a nos comunicar via zeros e uns. Mas deixamos a linha de frente; sem perceber, tornamo-nos alimentadores de um sistema maior. Ele é quem devolve as respostas às perguntas, o beijo ao beijo, a reação à ação.

Esperávamos algo como Skynet, um ataque bélico e cheio de pólvora e fogo e baioneta, como as coisas que até então soubéramos, como nossas lembranças impressas de uma primeira guerra mundial cheia de frio e influenza. Mas a singularidade se dá pelo que temos de mais nosso. A linguagem.

Nenhum comentário: