Achei de uma beleza magritteana a madrugada de ontem, na qual chovia cântaros e trovejava em 70% do céu. Nos outros 30, estava limpo e havia estrelas. Na porção fartamente nebulosa do firmamento (acho linda a palavra firmamento, como se fosse toda a imensidão acima de nós o que sustenta a solidez disso aqui onde estamos - e é, levando em conta os outros planetas e a gravidade que rege tudo isso), uma nuvem mais baixa, iluminada pela luz amarelada da cidade tinha, durante alguns minutos antes de se dissipar, a exata forma do mapa da Europa, com península ibérica, a costa da França, a Escandinávia e até a botinha da Itália, se estendendo numa massa maior de nuvens onde eu localizei a Rússia. Só faltaram as Ilhas Britânicas, mas aí seria pedir demais.
A minha esperança, portanto, era de que fizesse sol hoje de manhã, mas os 70% de chuva, trovões e relâmpagos venceu o buraco estrelado. Mas atrás, está o céu azul e, mais tarde, as mesmas estrelas. É por isso que um dia nublado nunca é a realidade da vida. É só um véu cinzento que mal e mal cobre o sol da existência.
2 comentários:
Eu sou suspeita porque sempre acho céu de chuva bonito, mesmo ficando preocupada com as pessoas desabrigadas.
Bjs
Ah, Sherazade.
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