Eu andava por uma rua arborizada e tranquila quando, de repente, ouvi um som de asas e me virei para trás. Era um sabiá gigante pousado em frente a uma loja fechada. O sabiá se ocupava de uma coruja de tamanho normal (normalmente grande, mas não tanto quanto o sabiá, que era mais alto que um homem), que sofria pela dor de um pé ferido ou quebrado. O que eu sentia era que de alguma maneira eu me comunicava com o passarinho gigante, ainda que agora eu não me lembre o que nós conversávamos. Passei a acompanhar os dois na caminhada (apesar de ser um pássaro, ele aparava a coruja como se ambos fossem pessoas) e passamos por um gato que, em condições normais, se poria a caçar o passarinho. Mas era um gato tão gordo que tentava se levantar do asfalto e não conseguia, tanto era o peso da barriga que o ancorava ao chão. Eu e os pássaros caçoamos do gato. "Que gato patético! Que gato ridículo", dizíamos, enquanto o gato mal nos olhava, tentando se levantar da sua imobilidade molengona.
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