Hoje eu vi que acordei da anestesia, sentindo os pontos da cirurgia queimando e dando a impressão de que iriam se abrir e rasgar minha pele. Vi que a sensação da intervenção e da extração ainda estavam ali, como aquele apêndice que quase estourara no passado, e senti aquela dor da coisa que não está, não é, não lateja. O que lateja é a lacuna buscando adaptar-se a si mesma, todo o organismo lutando para voltar ao normal, para desinchar, para que a pele aplaine e volte ao frescor de antes. Nem sempre volta.
Hoje eu ouvi aquele nome ecoar no dia e me dei conta de que a realidade é só a realidade, que é a única coisa que há de preencher as minhas lacunas.
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