É o tipo da coisa curiosa esperar o momento certo para largar um texto cheio de fel, cheio de dor, cheio de frustração, porque antes a pessoa se sente tão anestesiada por tudo que não tem vontade de dizer nada. Uma psicanalista dizia hoje no caderno de fim de semana do Valor, que a impressiona, tanto quanto o fenômeno pipocante da depressão, gente que lhe chega no consultório dizendo que o que não aguenta mais é não sentir nada, viver dia após dia como nada mais que um dia depois do outro, sem esperanças nem desesperos. E o que é o mal da vida pós-moderna senão padecer pelo excesso de estímulos? Reagindo a ele sem mais forças, sem mais vontade, porque já se é um bagaço. Consumidos pelo que desejávamos consumir.
6 comentários:
Acordei nessa segunda-feira pensando exatamente a mesma coisa.
E mesmo assim, consigo tirar proveito desse excesso.
Será que eu sou a louca pós-moderna afinal de contas?
:D
Beijos pra ti!!!
Texto maravilhoso.
Juva
Tostines!!! Adorava!!
Não consigo imaginar, de forma alguma, viver sem sentir!
Interessante isso. Meu problema é sentir demais. Mas já ouvi essa reclamação. O que a gente não consegue entender pode ser compreendido algum dia dependendo das experiências que vivemos. Espero nunca ter que viver esta.
O que eu sei, Nêga, é que eu sinto as coisas demais e daí a imunidade cai, vem o herpes zoster, o herpes labial e me consomem.
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