quarta-feira, março 25, 2009

(Não) é lindo morrer no mar

Sob os 31º dessa tarde de outono em Porto Alegre, um luto indumentário completamente deslocado, e o Guaíba azul como o mar e o céu, banhando ilhotas verdejantes que não remetem às estiagens tão comuns. Deve ventar bem gostoso e eu não sei disso pois respiro a poeira do ar-condicionado, uma atmosfera que nos condiciona à mediocridade e apatia da vida intramuros.
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Tristefeliztristefeliztriste é a ciclotimia desfocada, indefinida, despropositada de um barco ancorado que, ao sabor de ondas e ventos, oscila e se agita mas está sempre só preso ao fundo. O capitão está morto ou adormecido, ele não iça a âncora, infla a vela e aproveita a corrente, coisa que ele poderia fazer sempre, mesmo à deriva. A profundeza o impede de seguir e ele é covarde demais para se debruçar sobre a profundeza e ver o que impede a âncora de se soltar. Vai ver é um monstro marinho que só existe nos sonhos dele.

2 comentários:

isabel alix disse...

Should I stand amid the breakers
Or shall I lie with death my bride?


Eu acho é que devíamos assistir A Noiva Cadáver.
No domingo.
Topas?

Vica disse...

Ah, me convidem!