sábado, janeiro 24, 2009

A noite

Os anos passarão. Indubitável e invariavelmente. Os cabelos perderão a cor, a pele perderá a elasticidade e terá rugas e vincos cada vez mais fundos, ganhando uma maciez frágil como papel-manteiga. O mesmo acontecerá com as mãos, que terão manchas, cujas veias se tornarão grossas e aparentes.
Haverá mais anos atrás que adiante. O que ainda não existe hoje talvez não exista mais amanhã ou então talvez se torne uma outra coisa. Filhos. Pais.
A vida terá um ocaso, como o fim de cada dia. O fim da vida será o fim de um dia como tantos que vemos dormir com o silêncio da noite. E entre o dia de hoje e a noite de amanhã, tanto terá acontecido. Tanto. E oxalá a lembrança se encarregue de guardar o melhor disso tudo.

Um comentário:

Lilly disse...

Chorei.