French fries dreamlog

Sonhei que o pai do meu pai morreu (eu poderia dizer "avô", mas não refletiria a real sensação, que é como se quem tivesse morrido fosse a matriz cujo clone era o meu próprio pai) e que ele herdara a casa do falecido, um casarão caindo aos pedaços, em que ele passou a morar de uma maneira frágil, precária. Eu - talvez com minha mãe junto - fui visitá-lo na nova casa, onde se podia ver o telhado aparente, a pintura descascada e quadros inusitados na parede, com coisas que remetiam ao dadaísmo e à pop art (uma coisa meio Roy Lichtenstein). Naquele sonho, embora velho e frágil como na época em que meu pai de fato faleceu, ele parecia um jovem se aventurando a coisas novas na vida, mas querendo parecer amoroso e paternal. Disse pra me abancar, que ele estava preparando a janta (coisa que ele gostava bastante de fazer quando em vida, embora cozinhasse mal) que consistia basicamente em batatas fritas recheadas com queijo, meio à moda da polenta da Galeteria Alvorada, em Caxias do Sul. Eu agradeci, mas disse que não podia comer carboidratos à noite.

***

E sonhei também, por fim, com um diálogo ao telefone celular:

- Então, você vem?

- Ah, mas eu não posso...! Eu estou doente e não vai ter nada pra eu comer - disse em um tom meio de troça, meio de mimo.

- Você, vê se deixa de dengo! Vem? Eu estou te convidando.

- Tá. Então eu vou.