
Acontece que ontem acabei vendo, dizem, coisa pior. No meio de um DVD cheio de filmes baixados que peguei emprestado, estava a obra polêmica, por excelência, do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini: "Salò, ou os 120 dias de Sodoma". Na sinopse, quatro expoentes do fascismo italiano, em meio à 2a. Guerra Mundial, seqüestram 16 rapazes e moças e os levam a uma mansão fortificada para, com a ajuda de três experimentadas cafetinas e uma pianista (!), submetê-los à mais extrema degradação, todas, naturalmente, com objetivos de satisfação sexual - a dos seqüestradores. Claro que a obra tem propósitos metafóricos, alegóricos, etc, etc, e dar o cu, hoje em dia, não é lá muita novidade. Mas, enfim, não é agradável ver os guris apanhando de todas as formas, comendo merda de colher e sendo torturados de forma assaz sangrentas na mão de seus senhores.
Foi só pra constar, não recomendo. De tosquice e propostas supostamente alternativas (mesmo que destituídas de motivação filosófica), prefiro de longe a nossa Boca do Lixo. Para análises menos emocionais, favor consultar o Google.
5 comentários:
Peguei uma vez um filme chamado 'Sweet Movie', feito por um polaco nos anos 70. Embaixo do título dizia 'prove-me, sou uma delícia!' O filme é uma narrativa não-linear cheia de umas escatologias lá pelas tantas que me deixaram a sincera impressão de que o filme foi todo feito só e somente só para ser recheado com as escatologias lá no meinho.
Eu não tenho vontade de ver Saló, e eu considero isso um sinal de saúde mental.
Parabéns pelo blog, gosto da forma que você escreve.
não vi o filme, mas vi a peça, montada pelos Satyros em 2006. dizem que é a adaptação perfeita da obra para o palco.
...
oq eu posso dizer é que minha intelectualidade ainda não está à altura de tais reflexões filosóficas... haha
esse filme assombra meus sonhos até hoje. tenho pavor. já me fizeram uma análise cabeça do mesmo, mas não me convenceu. continuei apavorada e incapaz de enxergar nele algo além de crianças sendo torturadas e comendo merda. meus outros dois filmes medo são irreversível e a professora de piano.
Mas Camille, sabes que do Irreversível eu gostei? É apavorante e torturante do "fim ao começo", mas ele me passou idéias incríveis, achei muito bom.
A prof. de piano eu não vi, mas dizem que é um pavor, mesmo.
Postar um comentário