quarta-feira, agosto 29, 2007

Além do Clichê

Sabe essas pessoas estranhas que lêem um livro duas vezes? Pois é, sou uma dessas: fui ler pela segunda vez, um livro meio apócrifo de Patrícia Highsmith*: Carol (The Price of Salt, na primeira edição americana, de 1952, creditado a Claire Morgan). O pseudônimo Miss Highsmith usou, na época, porque na plena caça às bruxas do Macarthismo, a moça abordou o romance de duas mulheres. Uma recém-separada, mãe de uma criança pequena e a outra, algo que se pode chamar de mocinha ingênua (mas nem tanto) que se conhecem em uma loja de departamentos, no Natal, e daí iniciam uma espiral de degradação retro-alimentada (não tem nada de degradação ali, mas adoro usar o termo que aprendi com a Criada).
Há algum tempo li outro romance com esta temática: O Diário Roubado, da francesa Régine Déforges. Mas Carol foi o mais interessante até agora. Por quê? Bem, porque é chique, provocante, porque tem suspense e mistério e escapa do clichê personagem-se-mata-ou-aparece-um-homem-que-lhe-dá-o-que-nenhuma-mulher-consegue, ou então era pura e simplesmente uma fase. O Diário Roubado talvez seja assim pela própria natureza de um relacionamento vivido em uma idade muito precoce. E Carol, bem, não é. Então só posso recomendá-lo.

* Na foto, Patricia Highsmith aos 21 anos, com cara de quem sabia o que queria.

3 comentários:

Ana Roberta disse...

tenho a impressão de ter lido e visto e ouvido essa história muitas vezes... estou enlouquecendo?

Laura Paz disse...

Fiquei curiosa com a foto, que não abriu! risos

Unknown disse...

Sssssim, ela sabia o que queria. hohohohohohohoho.




(qui qui qui)