quarta-feira, abril 25, 2007

De flores e de povos

25 de abril é o nome de uma ponte muito bonita que fica em Lisboa (e que é um dos motivos que me fazem Lisboa me lembrar Porto Alegre, geograficamente falando). Nome apropriado, já que no dia referido, ergueu-se, em Portugal, uma ponte que enfim ligou o país ao resto da Europa, ao resto do mundo e a coisas um tanto mais abstratas, como a um pouco mais de liberdade, esperança e alegria àquele povo que desde 1926 andava tão soturno.
Depois disso, sorrisos começaram a despontar mais do que no interior das casas e bares; começaram, como os cravos, a florescer nas cidades e no campo. Era uma liberdade – relativa como sempre, mas inédita e renovada – que chegou literalmente da noite para o dia, pelas mãos dos soldados já cansados de guerra e que, diferente do que se pode acreditar, não veio sem luta. A luta era mesmo do povo que tentava viver seu dia-a-dia sob a batuta da ditadura de Salazar. A diferença é que, tomada a decisão de não mais viver assim, eles assim não mais viveram.
E é desse jeito que eu, brasileira e longínqua, enxergo os 33 anos da Revolução dos Cravos.

3 comentários:

Joelma Terto disse...

Levinha, eu já te disse hoje quão lindo eu acho qualquer coisa que você escreve? Já?
(adorei o layout novo)

Helena disse...

Gostei muito Livia. E sobre a ponte: tenho um amigo que correu a maratona de Lisboa principalmente para poder passar a pé por ela. Ele correu, correu, e quando chegou a hora da ponte, foi andando pra que a travessia durasse o mais possivel.

Helena disse...

By the way, eu também adorei a cara nova.