Stradivarius Love Letter
Naquela primeira noite, uma camisola preta de flores coloridas bem pequenas era o pano que envolvia o violino, mas não o segurava. Quem o fazia eram mãos que executavam notas, pedrinhas de um caminho que se refazia incerto. Sei lá se era Schubert ou Bach ou o quê... eu estava relaxadíssima depois de um longo banho de banheira e só fazia ouvir as notas meio hesitantes, produtos do deslizar do arco nas cordas do violino, cheia de fascinação pelo esforço e pela novidade, de vir à tona, ainda que timidamente, uma música.
Os nove meses que se passaram, depois daquela noite, gestaram uma nova matrioshka dentro da antiga: uma bonequinha russa mais macia, mais alegre e, sem dúvida, completamente apaixonada.
Um comentário:
Acho que deve ter sido Bach. Um grande abraço.
Postar um comentário