domingo, junho 11, 2006

Apesar da lua



O sol lançava seus últimos raios nos topos dos prédios, alaranjando a tarde e dando espaço ao frio. Faz frio agora que a noite caiu e eu me lembro do homem calvo que passeava com seu beagle. Ele ficaria bem de óculos. O homem com seu beagle salvou minha vida com um olhar simpático e as palavras certas: primeira rua à direita, depois primeira à esquerda e, quando você encontrar uma bifurcação em uma praça, siga a rua que vai por cima dela. Então eu segui e consegui encontrar o que eu precisava. Só que, depois, voltei às ruas sinuosas que pareciam não ter fim, e o céu perdia seu viço e parecia que eu ia junto; fui descendo o bairro, chegando à resolução da pequena equação urbana, mas parecia que o movimento de descida que ia conforme o poente já sem sol, significava penetrar profundezas onde só havia trevas. E, me sentindo em um escuro sem esperança de luz, voltei para casa chorando.

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