quarta-feira, novembro 02, 2005

Feriado

Lá ia um tanto da ressaca passada de todo o festerê e a bebida consumida sem moderação. Era uma quietude que tomava a tarde e coroava de tranqüilidade o sono, afastando qualquer mal estar hepático, estomacal ou qualquer coisa que se curasse com um sonrisal e litros de água. A única coisa que cortava o silente cair do crepúsculo era o canto das cigarras que se excitavam com as cores vibrantes, mas fenescentes, do pôr do sol. Nem a voz que lhe ditava carinhos era capaz de perturbar o imperturbável. Nem o que ela mesma dizia, ainda que fundisse metais e de vermelho se confundisse com as cores do céu, podia abalar a doce respiração, uma certeza de alegrias e a lembrança revivida em cada ocasião, de saber que há alguém alhures que a espera o tempo que for preciso.

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