domingo, agosto 07, 2005

Eternal sunshine of the spotless mind



Laura gostava de tentar fumar os cigarros de palha e gostava de ver o olhar divertido dele aos efeitos dos primeiros baseados nela. E ela gostava de ver o quanto a voz dele ficava rouca nas primeiras tragadas, aquelas de segurar a fumaça na boca enquanto se fala sobre um assunto qualquer. E, pela primeira vez, trepar sob o efeito daquilo foi gostoso e diferente e os deixou mais cansados, mais satisfeitos, mais arrebatados. Deixou o coração batendo que parecia que iria embora do peito sapateando como Pernalonga.
Mas, sozinho ele não podia ficar. Vôos e check ins, ele não podia suportar. Quando Laura falou com ele do telefone do portão de embarque, ele tinha bebido para aplacar o desalento dos maus acontecimentos cujas reverberações eram inevitáveis. O ruim acontece mas o trabalho de Laura não esperava. E, ainda que a proximidade tivesse se tornado maior, ele não suportou. Deu-lhe a despedida mais linda e chorou ao ouvir a pergunta feita com o olhar que desnudava sem saber que o fazia. Ela perguntara: "qual é o nome disso?" E ele respondera com olhos molhados.
Closer, more painful.

Update: Agora que eu fui prestar bem atenção nesse mapa, ele me lembra tanto a ilustração científica de um canal vaginal... a geografia, às vezes, intensifica a significação das metáforas, né não?

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