sexta-feira, julho 08, 2005

Cravo no fuzil

Ontem à noite, para coroar o fim da TPM, assisti a Capitães de Abril, o filme de Maria de Medeiros sobre a Revolução dos Cravos, um golpe militar que curiosamente destituiu o regime ditatorial que tomou conta de Portugal durante grande parte do século XX. Furtado o direito de fazer uma análise política, que não é comigo, o filme é lindo porque é português. Sim. É esse o motivo. Porque a mesma doçura com que a história registra a recepção do povo português ao golpe e a própria tomada de Lisboa por parte dos soldados, está impressa na película. Cravos enfiados nos canos dos fuzis obviamente têm um apelo estético e emocional interessante... mas me soa bem português o comboio de caminhões parar, lá de manhãzinha, diante de um simples sinal vermelho, para garantir a segurança dos civis, gesto que não foi retribuído, pois segundo Mário Prata os portugueses dirigem pessimamente e são os campeões de acidentes da CEE.

P.S.: E ter visto esse filme diante do que aconteceu em Londres mostra como realmente podem ser diferentes as facetas da insatisfação política.

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