domingo, maio 29, 2005

La féria de Nîmes



Chocava-se contra o ar o veludo vermelho que se levantava acima dos chifres do Touro, a cada investida furiosa do animal que tinha as narinas infladas de fúria. As pernas de músculos rijos, com maestria, serviam de sustentação aos desvios do herói da arena, sob o hispânico sol escaldante e sobre o chão de um saibro avermelhado, solitário ele dentro do círculo, ele à frente da fera, da besta, do instinto. A sensação de só haver ali os dois era mais que uma impressão, já que a platéia era azul e marrom e tons quentes. Era o céu, o chão e a arena. Mesmo assim, vencido o touro, vencido o toureiro, caía-lhes uma chuva de rosas e uma salva de palmas. Prazer pela existência da batalha.

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