sábado, outubro 30, 2004

A ressacada aqui, às tantas da tarde, cara inchada, ouve músicas tranqüilas e revigorantes, toma iogurte, vê o sol no céu poucas horas antes de ele se pôr, pensa no que vai fazer mais tarde, sonha com passeios no parque, navega na internet, sonda os lugares em que possivelmente poderá jantar, lembra dos beijos da noite anterior, lembra das pessoas que reviu, volta-se para dentro antes de expandir-se mais uma vez, planeja o dia seguinte, dá uma varrida no carpete do quarto, recolhe as roupas do varal, toma um banho (enfim, a água voltou) longo, com direito a uma vigorosa lavada na cabeça e algumas gotas de óleo cheiroso pelo corpo, lê um pouco... e sonha. Pois é, a ressacada aqui sonha com distâncias e proximidades, com redes nordestinas, com praias desertas, com cidades populosas, com me mudar para outro apartamento em breve, com coisinhas que vi numa loja de decoração, em ter um gato próprio ao invés de adular só a sobrinha, com algum homem cheiroso, com alguma mulher macia...
A ressacada aqui, pois é, devaneia às sete da noite... e o sol já se pôs.

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