quinta-feira, julho 01, 2004

Escrevo o 234º post de "A Moveable Feast". Qual será a diferença, pensem, entre seqüestro e abdução? Pensei em te abduzir, o que significa que vou sugar você até a última partícula de éter, te sugarei com o olhar e não haverá mais nada o que fazer. Uma abdução tem aquele quê ridiculamente kitsch de imaginar histórias de aliens (aliás, não é kitsch, é puro non-sense), mas pra mim é melhor ou mais exato que o seqüestro. Não é te foder. É te ter independentemente do quanto você corra, do quanto você finja que já nem quem pertencer mais a si. Eu já fui abduzida e já abduzi. E aí, que importa se você diz que não quer que eu te tenha, que não quer que eu te pegue? Na minha vida, há abdução visual, abdução auditiva, abdução anímica. E tudo isso funciona como uma pancada no peito, uma pancada que deságua e se esvai quente dentre as estranhas. Entre. Entra.

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