quarta-feira, maio 05, 2004

Às duas da manhã, a notívaga solitária fuça sabe onde, né?
Sim, professoras de francês dão aula até às 23h, pegam a letra de "Ne Me Quitte Pas" e prometem mundos e fundos, mais fundos do que mundos, já que "je creuserai la terra jusque après ma mort" e para quê? Para a felicidade minha e dos meus alunos, que a aula dos meninos é a melhor de todas, e promete-se sim.
Eu não estou fazendo sentido hoje, como costumo não fazer em nenhum dos dias da semana. A garota do Schiele comeu todo o bolo que também estava reservado para a Boticelli (hmmm... curiosidade atiçada aqui, sonhando, for the first time, com uma polaquinha nem tão tipicamente curitibana) e dez horas da manhã, nossas discussões passam por Neruda, que ela sempre lê para mim, por discussões de planos para o fim de semana, pelas roupas de brechó que compramos e queremos comprar... e falando nisso, se eu comprar a lã, vou ganhar um cachecol charmosíssimo, que eu não vim morar aqui para não me vestir bem no inverno.
Não sei se me apaixono por Schiele ou Boticelli, mas que bom se pudesse ser pelos dois...

Falando de literalidades, eu descobri Schiele faz pouco tempo, achando que ele podia ter algo a ver com Klimt, e tendo mesmo, para a minha surpresa. Eu adorei aqueles desenhos gélidos e devassos, aquelas genitálias cor de carne pulsando para fora de linhas grafite, cor realçada na sua realidade e me fazendo achar que pois é, se estamos monocromáticos, o nosso sexo é sempre cor de vida...

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