Informe isolado #1:
Resolvi, nesse mardi gras curitibano e, portanto, inexistente, matar um pouco as saudades daqui. Desde o ano passado sem escrever, tenho de confessar que pela primeira vez vivi na prática o ditado "ano novo, vida nova"... tão nova que não sou mais a mesma. Tão nova que não sou mais Camille Bleue. Tão nova que não só vivo em um lugar diferente, que não só beijo uma boca diferente, mas que me sinto toda diferente, e isso é estranho e bom. Foi bom também eu não ter apagado o blog, pois dessa maneira eu pude perceber a impermanência de tudo. O melhor para mim foi a impermanência daquela minha insuportável depressão, da melancolia cultivada para a qual ainda tenho uma inclinação alarmante mas que nem penso nisso. Teve gente que me encontrou. Teve muita coisa que não significa tanto quanto significava. Teve coisa que passou a significar muito mais.
Na minha vida agora há o centro da cidade, há o Café do Teatro e o sol até o Barigüi que me tostou a pele. Há o Roxinho, o Cine Luz e o Ritz (onde ontem vi "Adeus, Lênin", com uma companhia que acabou no quentinho do meu pequeno quarto), e uma memória de ruas e localizações que fazem as pessoas pensarem que sou daqui. Mas, ao contrário dos comentários que ouvi no Roxinho, sexta passada, EU NÃO TENHO CARA DE CURITIBANA! Desde que cheguei, talvez por tudo estar em um processo de se moldar nas coisas, de se adaptar, só vivo surpresas, nunca menos de uma a cada semana... intensidades que não se represam, páginas que finalmente eu pude virar, coisas que se resolvem e outras que aparecem para pedir resolução, eu me sinto "On the road" como o romance de Kerouac que eu leio... amigos velhos e novos, novos amigos velhos e um amor (por tudo e todos) que faz com que eu continue de pé. Nesse sábado fui ao mercado municipal e comprei 100g de curry por R$ 1,50. O frango ao curry ficou délicieux. Eu estou bobamente feliz. See ya.
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