sábado, novembro 29, 2003

O post menos hermético de Camille Bleue

Ai. Estou vermelha. Sério, pois nem sei bem o que dizer. A verdade é o que coloquei nos comments, também. Que o blog anda me dispersando dos outros textos, aqueles que escrevo com meu nome de verdade, aqueles que não precisam de pseudônimo, etc, etc... mas tem também outra coisa. Cansei de Camille Bleue. De mim? Humm... cansei de mim, mas aqui. Há dias escrevi um post lá embaixo, copiando um trecho inteiro do "Livro do Desassossego", do Fernando Pessoa. Já estava com o germe da matança da minha personagem. Porque acho que é aquilo. Eu estava mais Camille do que nunca, do que sempre. Se fosse só aqui... mas ela me toma na hora de conhecer alguém, de conhecer alguma coisa... sua melancolia (a melancolia que eu tenho e que a existência dessa personagem ajudou a acentuar) passou a me cultivar mais do que eu a cultivo, embora eu saiba que obviamente a culpa não é de nenhum blog. Cansei. Mas nunca de escrever, muito menos de ler. Sempre soube disso, e confirmei quando li no "Cartas a um jovem poeta", do Rilke. Ele dizia ao tal jovem poeta pra se testar, pra ver se consegue ficar sem escrever. Se, parando, ele achava que não poderia viver, era porque era de fato um poeta. O que eu sou agora é uma jornalista sem emprego (POR ENQUANTO!!! rs), mas aquilo vale pra mim, e sei que pra todo mundo que me lê e também escreve. Não dá, né? Eu sei.
Então não sei o que fazer. Dedicar-me mais à pauta e ao papel, em segredo, retomar e-zines, preparar coisas volumosas e ousadas no Word e depois tentar imprimir e vender...
Ou então dizer... Oi, muito prazer, meu nome é Lívia Araújo e quero fazer diferente... quero usar lentes coloridas, não pra verem NOS meus olhos, mas para ver DOS meus olhos. E escrever com menos assiduidade, com menos obsessão, caso eu volte aos blogs. Não sei.
Anyway, vou passar uns bons dias sem escrever. Vou viajar. Conhecer pessoalmente gente querida e reencontrar outras. E, claro, entregar MUITOS currículos e dizer: "você quer ver meu porfólio?" com ar bem sugestivo...rs. E andar, e ver, e sentir e sorrir, inevitavelmente, pois sorrio sempre, oxigenada de ares novos. E quem sabe esses novos ares não se tornam ares definitivos?

O fato é que não vou deixar de visitar ninguém. E assim que eu não resistir e começar outro blog, eu aviso, juro... :-)

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