Ele é um adolescente revoltado (redundância?) com a subversão dos valores da família. No fim, é isso. Em nome da revolta, que demora a passar pois a adolescência demora a passar como a vida, para um eterno adolescente, demora a passar, ele se cansa do que não passa e vai viver sua própria vida. Foge, como o avô português fugiu do jugo paterno e foi fazer filhos. Mas ele é civilizado, então ele come, ele dorme, ele faz um pé-de-meia e, aí, finalmente, faz um filho.
Então, o filho se parece com ele e a revolta passa como o tempo. O tempo dele, que passa. O tempo do filho, que parece passar tão mais rápido. O cabelo lisinho como seda. Os olhos, peludos, que sorriem sozinhos. Será ele sozinho dessa vez, esperando que o tempo passe e outro ciclo se repita?
Ele é lindo. É o porta-retrato de 35 anos atrás. Os dedos gordinhos, apoiados na barra de um chiqueirinho. Ele é mais lindo que o tempo. Podia ser meu filho, mas é dele. E eu o olho e o amo e faço errado, como o pai: olho para ele e, mesmo sabendo que é tão diferente, vejo meu irmão nos olhinhos peludos do meu sobrinho e amo meu irmão sem revolta.
Um comentário:
lindo lindo lindo!....
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