Nem sempre Sorte
Estranho sentir a sensação de que somos imunes a todos os males, e que sempre vamos ter todo o tempo do mundo. Nesta manhã, quando vi meu carro arrombando, senti-me uma idiota por ter abusado da sorte. Durante dois meses, deixei o carro abandonado na rua, sem nem ao menos tê-lo benzido na Igreja de Nossa Senhora do Caravágio. Não deu outra: vou ter que afinar o gogó e renovar o meu repertório musical, porque não sei quando terei condições financeiras de comprar outro CD.
Tentando entender o que havia acontecido, lembrei-me da minha mãe – falecida já há mais de três anos – e quase pude ouvir a voz dela: “Melhor prevenir do que remediar, Petit”. Sim, ela sempre tinha razão.
Mas o pior de todo o acontecido foi ter que fugir de um caolho pedinte, enquanto eu procurava uma garagem para o carro invadido. E entre uma passada mais acelerada do que a outra pensei em tudo o que tendo a adiar, e em tudo o que eu nunca fiz e sempre tive vontade de fazer. Pouco conclui. Mas acho que a sensação de finitude seria muito mais interessante do que a sensação de imortalidade; porém, viver com os dias contatos, talvez seja um limite insuportável.
5 comentários:
Sorte é que não levaram o carro... ou não. ;-)
sinto muito, Petit.
mas como a querida Lívia disse... :)
beijos!
Lívia, só saberei disso através do baralho cigano, já que as companhias de seguro estão complicando horrores pra tudo e pra todos. Beijos
Semana passada fui assaltada. Foi um assalto absurdo com um bandido chinelo, mas foi um assalto. E eu fiquei pensando muito, tanto, em tanta coisa. Nas coisas que não acho justas, nas coisas que a gente vive adiando. Enfim. Rolou uma identificaçãozinha agora. Força na peruca!
Je suis desolé. A insegurança no Brasil é uma das coisas que mais me incomodava. Consegui escapar aqui pra Europa, mas indícios dão sinais de que o que já acontece por aí, não está muito longe de chegar até aqui...infelizmente...devia ser o contrário, não?
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