quinta-feira, fevereiro 08, 2007

De volta ao radinho de pilha



Quando éramos crianças, nos anos 80, nossos pais e mães nos diziam:
- Quando eu era criança a gente não tinha televisão; quando eu era criança a gente ainda não tinha geladeira(!)

Agora temos de dizer às crianças que Playstations, há 20 anos, eram Ataris, que iPods eram grandes walkmans com fita cassete, que máquina de escrever, vejam só, imprime o que a gente escreve na hora.

De modo que penso que, partindo do princípio em que a gente nasce pelado, despir-nos de tecnologia, conforto e referenciais de toda sorte pode ser interessante. Não que isso nos faça necessariamente um bem ou tampouco precise ser expressão de um desnudamento radical (ainda que possa sê-lo para algumas pessoas a quem esse tipo de conforto inerte é algo muito arraigado). Mas não mata ninguém. Não há nenhuma renúncia, nenhum abandono, nenhuma nudez material que não possa ser reiventada, transformada, recriada em uma riqueza totalmente diversa.

E, para alguns, abandonar o conforto – ou qualquer coisa que a essa palavra pode representar – é se dar a oportunidade de evoluir.

4 comentários:

Anônimo disse...

muito sim.

Anônimo disse...

Adorei, guria!!!
Só acho quase impossível arrancar essa geração da frente do computador pra mandar pra rua novamente.
beijo.

Wanderley Garcia disse...

lembro do meu pai, que morava na roça quando criança. Uma vez apareceu um vendedor de rádio. O danado já era grande, mas o pior era a pilha, um trambolho ainda maior e mais pesado...

Anônimo disse...

Estar nú ou estar vestido, me parece hoje um conceito relativo.Estamos todos expostos,literalmente do lado de fora, exteriores e explícitos, estejamos nús ou vestidos. É possível se despir da vaidade, ainda existe vida interior?