domingo, julho 30, 2006

Moving the feast

Isso parece coisa dos meus tempos de recém-mudada a Porto Alegre (se bem não faz tanto tempo assim, só cerca de um ano e meio): fazer faxina em casa ouvindo Lemon Jelly. Apesar do pouco tempo, a relatividade fez com que isso parecesse ter acontecido há muito tempo atrás. E foi, de certa maneira... uma espécie de argila ainda muito mole que usava como sedimento coisas como fazer faxina ao som de Lemon Jelly. Depois, descobri que as coisas podem não ser como uma argila a ser moldada, mas mais como um bloco de mármore disforme cujos excessos vão sendo tirados até que se revele, ao fim de todo o esforço, o que estava escondido sob a pedra, corroborando a teoria do mestre Michelangelo.
Às vezes ainda existe uma rebarba ali, outra aqui, mas isso faz parte do progresso do trabalho. Crises de ciúme baseadas em imaginação fértil e passados revividos de forma a imitar automaticamente o filme que passa tantas vezes na nossa cabeça, fiapos de desespero que se desprenderam de alguma roupa demodé que nunca chegaram a cair bem, repetições da infância, repetições como o disco riscado da música da Maria Rita.

O Diabo Verde ainda não desentupiu o ralo. É mais difícil do que parece. Persistência, dudes. Persistência.

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