domingo, maio 14, 2006

Fiat lux

Acabo achando que muito do que me faltou na vida não foi nem dinheiro, nem sorte, nem talento: foi lucidez. Por falta dela, erros foram cometidos, caminhos enganosos foram tomados e ela, a lucidez, aparecia apenas nas horas cruciais, para me alumiar (como se fosse com um daqueles capacetes com lanterna que os mineiros usam) o caminho tortuoso, enquanto a caverna não revelasse a luz do próprio dia. Mas, como um facho de luz repentino no meio do escuro nos ofusca e surpreende, preferi quase sempre me deixar tomar pelo medo e me recolher à minha cega ignorância.
Um dos esforços da minha vida é não me assustar com a luz-cidez e esperar o olho acostumar aos poucos à claridade que ainda assim é difusa, e usar a lanterna pra enxergar os buracos, as armadilhas... não me esquecer de não me deixar enganar com as sombras bruxuleantes... alcançar a luz do dia.
Simplicidade.
A simplicidade do amor, a simplicidade da meta bem definida e do esforço sem medo. A simplicidade de não buscar subterfúgios para evitar as verdades.

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