terça-feira, março 14, 2006

É até covardia falar de desamparo quando se tem uma mão macia que nunca nega um cafuné e um olhar que me derrama lampejos esverdeados de carinho, e ouve meus dramas e me dirige palavras de encorajamento.
Mas existe entranhado um desamparo que se mistura ao cansaço, ao medo, à ansiedade, à exagerada perspectiva da fome e me derruba, e me deixa sem ação, as pálpebras inchadas, avermelhadas e uma revolta da qual não consigo me livrar, como uma corrente que eu arrastasse.

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