domingo, junho 19, 2005

Vou tatuar na minha pele o meu nome

Sessão da meia noite - pré-estréia - no Unibanco Arteplex, com um filme hispano-francês chamado "Novo". Uma amnésia charmosa. O cara: Pablo/Graham e uma mistura saborosa de putaria e frenesi cinematográfico, que tinha Paz Vega em alguns takes. Aquele cara com aquela bundinha linda tinha uma caderneta atada no braço com os dados de que ele precisava pra lembrar que ele era o que ele precisava ser: nome, profissão, trajetos e quaisquer outros fragmentos esparsos. O filme foi falado em francês, minha segunda língua, e aí está minha única reprovação. Ele teria sido muito mais sexy se fosse falado em espanhol. Estou numa fase de amores com essa língua.
E eu, às vezes, parece que me esqueço de tudo, como ele. Que precisava de uma caderneta atada ao pulso, pra me lembrar de quem sou, ou do que quero e de quais são os meus trajetos. Parece que a cada ano tenho um novo, que todo ano novo é vida nova e, por mais que seja mesmo, de uma maneira metafórica, parece que minhas mudanças são sempre literais, com malas, aviões, caminhões de mudança, uma galeria de móveis que não são meus ou onde não há móveis, uma coisa de dormir no sofá dos outros, como se em cima desse sofá eu pudesse navegar os sete mares.
Quem sabe eu não devesse carregar uma caderneta assim comigo? Um leito para o meu rio.

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