terça-feira, maio 24, 2005

Tsunami dreamlog: mais ondas devastadoras chegando do horizonte. No entanto (assim que irrompe o sol lá fora, enquanto escrevo), ponto diferente é que dessa vez vi uma tsunami de areia tomando conta do mar e avançando por tudo como uma animação de massinha.
E sonhei com personagens perdidos de Porto Alegre com os quais já tivera contato um dia.
E, por último, sonhei que morri. Que estava morta mas ainda no meu corpo, ainda com a faculdade de movimentá-lo, como se fosse um zumbi, e me permeava a consciência de que aquele corpo não pulsava mais e que desfaria, que começaria a se decompor. Meu medo era de fazer um movimento mais brusco e algum membro meu se descolasse, se desfizesse. Talvez influência de Ethan Hawke dizendo em “Before Sunset”, que assisti ontem: “se você me tocar, é capaz de eu me desfazer em moléculas”.
Pois é, e eu vi esse filme nove anos depois de ter visto “Before Sunrise”, e percebi que as coisas que Céline diz agora são muito parecidas com as que eu digo. Que coisa louca ter visto o primeiro filme naquela época ainda, e o segundo agora. As considerações dela sobre a avó no caixão são idênticas às que me assaltaram quando meu pai morreu e eu o vi no caixão. Ou que, lendo meu diário de criança, me acho, salvas as mudanças inevitáveis, invariavelmente a mesma.
Especialmente porque, também vendo Céline e Jesse se encotrarem em um trem em 1994, e eu e o argentino nos perdendo no metrô de Paris em 1997, percebo que tanto aquela personagem quanto esta têm, ao longo da vida fictícia ou não, um jeito de quem giramundo constantemente.

Nenhum comentário: